Image Map

Resenha: Cidade de Vidro



Cidade de Vidro,
de Cassandra Clare,
editora Galera Record.


Atenção, essa resenha não possui spoilers dos dois volumes anteriores: Cidade dos Ossos e Cidade das Cinzas.

Tendo em mãos dois dos Instrumentos Mortais, o Cálice e a Espada, Valentim agora está atrás do Espelho, sendo este o último. O grande problema é que ninguém faz ideia de onde ou com quem possa estar.

Idealizando Alicante, capital de Ídris, como berço do Espelho, Valentim planeja um ataque à cidade e agora Caçadores de Sombras tem que se unir aos integrantes do Submundo – vampiros, lobisomens, fadas e feiticeiros  para combater um inimigo em comum. 

Falar que amei Cidade dos Ossos ou Cidade das Cinzas é um exagero. Eu posso, no máximo, dizer que gostei, ou aceitei e segui até o último pelo incentivo de alguns leitores fanáticos da série. Eu não podia ver a hora de começar a ler logo o terceiro livro para tirar esse peso das minhas costas. E, apesar de a trama formada em Cidade dos Ossos ter um fim em Cidade de Vidro, eu iria sentir muita saudade se não houvessem mais três livros em seguida.

Como a maior parte do livro se passa no país dos Caçadores de Sombras, temos uma boa imagem de Ídris com as perfeitas descrições da autora. É como se estivéssemos lá, ao lado de cada personagem em cada cena narrada. 

Esse último volume ganhou destaque para mim, não só por ser o melhor e não poder nem ser comparado aos antecessores, mas sim pelo fato da narrativa da autora ter melhorado perceptivelmente e também o destaque que ela dá a cada personagem, que antes eram apenas secundários, ter aumentado. Tanto para Simon, quanto Isabelle, ou Clary e Jace recebem a mesma importância no estória.

Sem falar no senso de humor e sarcasmo/superioridade do Simon, caros amigos.

Eu comecei a resenha do primeiro volume comparando em todos os aspectos Cidade dos Ossos com Crepúsculo, e, se me permitem dizer: esqueçam. Esqueçam completamente o que eu disse/escrevi. Não existe mais nenhum resquício de Crepúsculo em Cidade de Vidro
A voz dele foi afogada pelo som. Era um barulho como o da maré batendo na costa, a quebra de uma onda enorme, trazendo grandes detritos consigo, os ossos esmagados de cidades inteiras, o avanço de um grande poder maligno. Uma coluna enorme de escuridão se retorcia num borbotão, jorrando estalagmite, como um funil pelo ar, vazando em direção  e através  do buraco rasgado no telhado da caverna. Demônios. Levantavam-se gritando, uivando e rosnando, uma massa borbulhante de garras, presas, dentes e olhos flamejantes.
Cassandra Clare criou uma rede de intrigas tão fascinante e alucinante que eu mal consegui acompanhar o rumo que o livro estava tomando  cheguei até a fazer anotações em um papel, em um certo ponto, para poder seguir o raciocínio sem me perder. Cidade de Vidro é completamente cheio de emoções. Cenas completamente eletrizantes tomam conta de boa parte das páginas. Tanto que eu mal podia ver a hora de, quando saía, chegar em casa para poder ler novamente ou então não conseguia evitar de dormir um pouco mais tarde ou acordar um pouco mais cedo para poder terminar de ler aquele capítulo. 

E eu agradeço à autora por ela não ter desistido de terminar a série, porque eu aposto que entraria em depressão se não pudesse mais ler sobre os Caçadores de Sombras após esse volume.

Resenha: A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista


 A Probabilidade Estatística do Amor à Primeira Vista,
de Jennifer E. Smith,
editora Galera Record.



Problemas, por menores que sejam, têm suas consequências e no caso dela foi um avião perdido e um amor à primeira vista.

Hadley tem apenas 17 anos e se vê obrigada a pegar um avião para Londres e presenciar o casamento de seu pai com uma mulher que nem ao menos conhece. Não que queira realmente conhecer.

Depois que perde o seu voo por estar atrasada apenas quatro minutos, ela tem que esperar um outro que só chegaria horas depois, e é exatamente nesse meio-tempo que conhece Oliver, um britânico educado, bonito e engraçado.

E o que começou apenas com um gesto educado, em menos de 24h, tornou-se uma história de amor para ser contada aos filhos e netos.

Um livro adorável que me deixou empolgado logo na primeira página do prólogo. E com tudo passando tão rápido, não só pelo fato do livro acontecer em menos de um dia, mas porque a narrativa é fácil e ágil, você não precisa se preocupar com a falta de tempo. Na verdade foi até mais rápido do que o desejado.

Hadley é uma garota muito interessante e determinada, apesar de tal determinação se desfazer completamente em relação à Oliver. Os diálogos entre os dois são bastante interessantes e cheios de flertes, como em qualquer romance atual, mas com muita naturalidade.
Oliver é como uma música que ela não consegue esquecer. Por mais que tente, a melodia do encontro entre os dois fica tocando na cabeça repetidamente, cada vez mais agradável, como uma canção de ninar, como um hino; não tem como ficar cansada daquilo.
Narrando várias histórias envolvendo seus pais, Hadley faz você, leitor, sentir o que ela sente e quando ela sente. A raiva que tem do pai pelo fato de ter abandonado a mãe e a filha por uma mulher na Inglaterra. Por ter deixado as duas. Por ter deixado Hadley e por ter feito ela sofrer do jeito que sofreu.

Você se apega a cada detalhe e, quando o livro acaba, você sente que falta alguma coisa no agora, na sua própria realidade. Você deseja viajar para Londres, não pela cidade em si, mas para que seu voo também atrase e que você conheça o amor da sua vida ao esperar o próximo. Para que possa passar mais de 7 horas conversando besteira, ou dividir experiências.

Apesar de ter detestado a capa e ter preferido as outras internacionais, foi uma leitura muito boa, e já estou procurando mais livros dessa autora para ler.

Era tudo culpa dele, e ainda assim o ódio que sentia era a pior forma de amor, era uma saudade que torturava, um sonho que fazia o coração doer dentro do peito.

   

Resenha: Sussurro


Sussurro,
de Becca Fitzpatrick,
editora Intrínseca.

Ficheiro:Intrinseca logo.jpg
O destino pode ser antipático as vezes. Pode causar muitas desavenças, e pode também, dependendo das escolhas daqueles  aos quais ele é cabido, ser bastante útil. Quem sabe, talvez, perigoso.

Nora Grey é uma garota parcialmente comum. Apenas, é claro, se não incluirmos o fato de que ela se apaixonou por um anjo que, devido aos seus desejos mais profanos, foi expulso do paraíso, sendo assim, sentenciado a uma vida mundana.

Após uma troca de parceiros na sua turma de biologia, em meio ao ano letivo, Nora se vê ao lado de um garoto que nunca falou e imediatamente sente algo diferente nele. Sabe que ele esconde alguma coisa e sabe também que ele é perigoso. Só não sabe, apenas se é esse perigo que a atrai.

E quando uma enxurrada de problemas começam a cair do céu em sua vida, ela não pode evitar entrar na fatal e aterrorizando cilada do anjo.

A trama desse livro possui diversos aspectos que variam de empolgante e aterrorizante, até ruborizante e cômica. Ele te tira sorrisinhos até você dizer chega e resolver fechar. Indiretas tão diretas que até eu me senti ofendido.

É muito parecido com Crepúsculo, não a estória em si ou as características dos personagens, mas sim a série de acontecimentos. Coisas muito semelhantes entre as duas séries de livros te fazem pensar se já não tinha acontecido algo parecido em algum outro lugar. Coisas, estas, muito relevantes, para falar a verdade.

Os olhos de Patch eram como órbitas negras. Que absorviam tudo e não devolviam nada.

Sussurro possui uma narrativa incrivelmente leve e as páginas fluem desesperadamente rápidas. Fazendo o leitor ansiar pelo próximo volume. E, caros amigos, que garota inconveniente Nora pode ser. Você passa o livro inteiro ansiando por um beijo, mas ela é mais escorregadia que sabonete. 

Revoltas à parte, o livro consegue te prender do início ao fim. Toda a intriga de anjos caídos e nefilins - filhos de anjos caídos com mortais -, é bem diferente de qualquer coisa que eu já li em livros desse tipo - não muitos, na realidade. E, posso garantir que a Becca Fitzpatrick ganhou mais um fã.


[Filme] A Hospedeira

"This is not a love story. It's a story about love"
(500) Days of Summer


Depois de uma longa espera dos fãs, A Hospedeira saiu em cartaz e não poderia ter sido melhor. Apesar de toda especulação do time Anti-Crepúsculo, não sendo denominados assim pelos mesmos, grande parte dos que resolveram dar uma chance não se arrependeram.

Dirigido por Andrew Niccol, o filme superou mais que o dobro das minhas expectativas. Os efeitos visuais ficaram perfeitos, alguns pequenos toques de romance aqui e ali, e, não posso negar, a atuação de Saoirse Ronan, intérprete de Melanie, não foi abaixo da média.

Em um mundo dominado por uma raça alienígena auto-denominada "Alma", sobrevivência é algo escasso e Melanie Stryder, ao lado de seu irmão, Jamie, seguem sozinhos, abrigados no planeta onde miséria, fome e dor foram extintos para todos. Ou para quase todos. 

Existem em diversos lugares da Terra, grupos de humanos rebeldes que ainda não foram capturados e tiveram suas mentes tomadas pelas almas. E, ao sair em uma das raras e arriscadas buscas por comida e suprimentos, Melanie conhece Jared, um dos "selvagens" que ainda existem mundo à fora.

Os três, Melanie, Jamie e Jared, sobrevivem juntos ajudando uns aos outros por um não tão longo tempo, até que a garota é capturada e levada para ter sua mente ocupada por Peregrina, uma alma que já vagou por seis mundos até chegar na terra. O que eles não esperavam é que Peregrina não conseguiria tomar posse completamente da consciência de Melanie, compartilhando assim, uma só mente. 

Apesar de Melanie não ter o controle do próprio corpo, ela tem controle sobre as memórias que são disponíveis à Peregrina, e, sendo assim, as memórias dos dois rapazes com quem passou seus últimos minutos feliz, se assim posso dizer. A alma acaba amando os dois de forma incondicional, assim como Melanie, e vai atrás deles, dando sequencia à toda uma gama de acontecimentos que envolvem desde a sua sobrevivência e a do irmão da garota, até a sua desesperada tentativa de mascarar sua fuga de um mundo perfeito.

Sendo considerado por alguns como "entediante" e "acidentalmente hilário", tenho algumas discordâncias. O filme é uma ficção científica, sendo assim, o contexto que é vivenciado na época deve ser explicado, de preferencia, em um curto período de tempo, dando espaço para todo o enredo. A maioria das pessoas que se decepcionou com o filme, com certeza, não procurou se informar mais sobre o que seria tratado em tal ou esperavam que ele possuísse mais de três horas - sendo uma dessas, com a explicação extremamente detalhada e minuciosa do cenário. E para os que acharam "acidentalmente hilário", que procurassem ler o livro primeiro. Se você pertence à minoria me desculpe, mas não posso fazer nada em relação à sua rabugice. Claro, brincadeiras à parte, cada um tem o direito de ter e expressar sua opinião. 

As cenas de romance entre Melanie e Jared são mostradas como lembranças e, devo admitir, uma dessas cenas, se não me engano uma das primeiras, foi um tanto patética. Muito Crepúsculo, pouco A Hospedeira. Mas esse clima é rapidamente desfeito, e voltamos ao enredo do filme.

Como uma adaptação, A Hospedeira foi bem melhor do que eu havia previsto. Claro, como disse, é previsível que no começo seja um tanto quanto apressada a estória, mas nada que incomode ou que te faça ter alguma antipatia. Eu li o livro sem nem sequer imaginar quem seriam os atores e atrizes que representariam os personagens, e menos ideia ainda de como seriam todos os cenários, e posso dizer com convicção que tanto elenco, quanto a vista me agradaram bastante.

Para assistir o trailer, clique aqui. E para o caso de você, assim como eu, ter ficado fascinado pela trilha sonora do trailer, a música que tem destaque é "Radioactive", da banda Imagine Dragons.